Faz hoje precisamente 1 ano que criei este blog
Quando o criei foi numa tentativa de conseguir, transmitir tudo aquilo que não
consigo dizer , em vários momentos.
Passou 1 ano e muita coisa mudou na minha vida .
Não vou mentir... dizer que sou mais feliz hoje do que era o ano passado, não !
Não é verdade .
Neste momento, passo pela fase mais triste da minha vida!
Quem me conhece, sabe o quanto sinto a falta do meu pai, da minha companhia
de quem sentia a minha falta, de quem me fazia sentir importante,de quem
precisava de mim...
Hoje sou extremamente sozinha, invisível e desinteressante aos olhos de quem
me rodeia.
Cada dia é mais difícil, arranjar forças para seguir em frente.
Se me perguntarem, qual o meu maior medo neste momento, não saberei dizer
apenas um, sou humana e vários medos me correm nas veias.
Acho que tenho medo de ter medo.
Medo de não saber enfrentar de cabeça erguida o que está para vir.
Medo de ser obrigada a caminhar em ruas escuras e mundos diferentes do meu.
Tenho medo do silêncio das pessoas, medo de ser esquecida por quem me
é querido.
Tenho medo ,que a vida continue a colocar me à prova, nos vales da solidão
e eu não saiba lidar com isso.
Tenho medo de adoecer e ficar a depender de alguém, (que Deus me leve logo).
Acho que o medo é natural, é nos inato como a respiração.
Todos nós, temos medo de acordar um dia e descobrir, que deitámos
fora as oportunidades de ser feliz.
Venha o que vier...tenho medo.
Tenho medo, mas tento ser forte e quando o medo me assolar e despertar
outros fantasmas, sei que hei-de arranjar maneira de sobreviver.
Mas sobreviver parece-me pouco.
Acordar de manhã e rastejar até á morte, não é viver de todo e também tenho
muito medo disso.
Não sei do que mais tenho medo, mas não quero saber.
O medo é apenas uma barreira em nós, há-de estar sempre presente.
Mas ao construirmos degraus de sonhos estamos a superar essas barreiras.
Não é o medo que me define.
Não é o medo que me move.
A maior expressão de coragem, está em erguer a cabeça e admitir que tememos
mas, que mesmo assim, não desistimos de nada.
Tenho medo de nunca, saber o que é amar e ser feliz ...esse talvez seja o medo
mais dificil de aceitar...
Quando encontramos o amor nas encruzilhadas da vida esse sentimento
transforma o nosso coração.
Todos os dias me visto de amor, para ser mais fácil superar os afectos
inexistentes na minha vida.
O amor é um sentimento sem paredes que nos permite ultrapassar o ser de
outra pessoa.
Aprendi a dizer que gosto das pessoas, sem medo, mesmo quando do outro
lado a resposta é um silêncio ensurdecedor.
Não o faço para que me retribuam, mas sim porque amanhã posso não estar cá!
Gosto demasiado, das pessoas e muitas nem sabem que eu existo...
Infelizmente,não sei o que é amar e ser amada, talvez nunca venha a saber.
De palavra em palavra, vou fabricando amor, na esperança de um dia
dizer em silêncios o imenso amor que guardo em mim.
Há dias ,em que as palavras perdem o significado e por muito que
queira lhes dar alguma vida, não ganham a magia necessária…
Ficam pequenas , reduzidas a minusculas . manchas numa folha branca…
Há dias, em que as folhas brancas da minha vida, são apenas preenchidas
com os meus pensamentos, pelo que sinto e nada pode traduzir isso…
Por muito que tente encontrar, uma palavra para definir, não encontro!
Será ,tão difícil assim escrever o que o coração diz a cada batimento?
A alma parece presa no tempo, suspensa numa emoção que lembra
um instante em que se faz magia…
Só o silêncio ecoa na ponta dos dedos e as páginas da vida pintam-se
de ausência sentida!
Nada pode desenhar o sentimento que nasce na alma!
Mas não desisto ,das palavras, pois sempre foram a voz do meu
coração e vou continuar, procurando por aquelas que descrevem
um sorriso, um abraço terno…um beijo doce…
Por aquelas que cantam a poesia e fazem as mais belas melodias de amor.
Não vou desistir!
E sei que quando sonho, ilumino a noite com mil estrelas e ganho
força para ter no meu peito a sensibilidade que irá ,construir cada gesto
cada olhar ...
Sei que quando o dia amanhecer, o sonho será uma doce realidade em que
os sentidos terão finalmente as palavras certas para dizer tudo o que sinto.
Não desisto mesmo quando sinto que ser feliz não é para mim.
Talvez não mereça..
Eu sou cheia de coisas que não posso demonstrar
Cheia de momentos que não posso esconder
Cheia de desejos que não posso querer
Cheia de saudades que quero desvanecer
Cheia de palavras que guardo para dizer
Cheia de vidas que não vivi e de beijos que não dei
Eu sou cheia de coisas que jamais partilhei
Cheia de coisas que perdi sem ter
Cheia de medos disfarçados e sorrisos rasgados
Cheia de telas transparentes e desenhos abstractos
Cheia de incertezas com sombras dispersas
Eu sou cheia de alegrias que soam a despedidas
Cheia de solidões impossíveis de serem contadas
Cheia do vazio devorador da ingratidão
Cheia pela ausência arrebatadora da paixão
Cheia de segredos cúmplices por desembrulhar
Eu sou cheia de versos mudos que escrevi
Cheia do ontem e do antes de ontem irreparável
Cheia de asas de fantasia á espera de poder voar!
Cheia pela vontade de partilhar e amar!
Subitamente lembro o gosto delicioso dos beijos que não
dei, mas que me fazem ter saudades .
Tenho saudade do prazer cúmplice.
Tenho vontades escondidas na memória
Imagino um lugar para satisfazê-las e para lá morrer
devagarinho...
É estranho lutar contra um sentimento, que ocupa um espaço tão grande no
meu coração.
Alguns sentimentos ferem a Alma...
Talvez isso,seja uma maneira de saber ,que algumas pessoas,mesmo
tão distante, são eternas dentro de nós.
Obrigada a todas as pessoas que visitaram e comentaram o Abraçar o Tempo
durante este primeiro ano.
Não tenho a presunção de escrever bem, porque não tenho esse dom
sou apenas uma mulher romântica, sensível e que tenta combater a solidão
escrevendo, neste cantinho, onde posso ser eu, com todas as
minhas qualidades e defeitos.
Obrigada, todos foram muito importantes para conseguir chegar até aqui.
Beijinhos, até sempre.
Isabella